Recentemente, notei um objeto peculiar na casa de um amigo artista.

by banber130389
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Recentemente, entrei na oficina do meu velho amigo — um artista apaixonado e colecionador de objetos invulgares. Sempre me surpreendeu com as suas descobertas, mas naquela tarde deparei-me com algo verdadeiramente enigmático.

Sobre uma das mesas, entre pincéis manchados de tinta a óleo e molduras envelhecidas pelo tempo, repousava um estranho objeto metálico.

À primeira vista, parecia um par de tesouras: tinha os típicos anéis para os dedos e algo que se assemelhava a lâminas. No entanto, a forma era decididamente peculiar.

Os cabos eram curvos e ornamentados, o corpo sólido, e em vez de lâminas afiadas, havia um lado alongado e rombo. Um dos braços era visivelmente mais comprido que o outro. Peguei no objeto com curiosidade e, intrigado, perguntei:

— O que é isto? Uma tesoura de gnomo?

O meu amigo sorriu, ainda com os olhos fixos na tela, e respondeu com naturalidade:

— São tesouras antigas para cortar pavios de velas.

Fiquei boquiaberto. Nunca imaginaria que, em tempos em que as velas eram a principal fonte de luz, existisse um utensílio específico para aparar os pavios acesos. Aparentemente, cortar o pavio ajudava a vela a queimar de forma mais uniforme e a evitar o fumo.

Na parte superior do objeto havia um compartimento — uma espécie de “armadilha” — onde caía o pedaço cortado, impedindo que caísse na mesa ou no chão.

Hoje em dia, essas tesouras tornaram-se peças raras. Já não são fabricadas e só se encontram em feiras de velharias ou em coleções de antiguidades.

Desde então, aquele objeto estranho ganhou para mim um novo significado — tornou-se símbolo de uma verdade simples: mesmo nos utensílios mais banais do passado, esconde-se muitas vezes uma beleza silenciosa e uma elegância inesperada.