Edith, uma mulher vibrante e confiante aos 75 anos, sempre viu o batom vermelho como parte da sua essência. Era mais do que um simples cosmético; simbolizava o seu espírito indomável e a sua personalidade vibrante.
Naquela noite, enquanto se preparava para um jantar de família, aplicou o seu tom de vermelho favorito, sem imaginar o confronto que estava por vir. Quando o filho chegou e a viu, disparou de imediato: “Mãe, pareces um velho palhaço a tentar parecer jovem. É ridículo.”
Antes que Edith pudesse responder, a nora acrescentou: “Concordo, o batom vermelho não é para pessoas da tua idade. Devias aprender a envelhecer com dignidade.”
As palavras atingiram Edith como uma bofetada. Porém, após um momento de silêncio, sentiu uma força a crescer dentro de si. Com um olhar firme, respondeu: “Querida, preocupa-te com a tua vida.” A nora, surpreendida, tentou pedir desculpa, enquanto o filho, ainda sarcástico, disse: “Boa sorte no circo, mãe.” E com isso, ambos saíram, deixando Edith sozinha, sentindo um misto de dor e raiva.
Nos dias seguintes, essa dor transformou-se em determinação. Edith percebeu que não era apenas uma questão de batom, mas de respeito e liberdade.

Decidiu que a melhor forma de responder seria à sua maneira: organizou um grande jantar em sua casa, convidando não só o filho e a nora, mas também amigos e familiares próximos. Na noite do jantar, Edith acolheu todos com um caloroso sorriso, vestida num deslumbrante vestido vermelho e, claro, com o seu batom vermelho favorito.
Quando a sobremesa foi servida, Edith levantou-se e fez um brinde. “Gostaria de agradecer a todos por estarem aqui hoje.
Na semana passada, disseram-me que deveria deixar de usar o meu batom vermelho, porque não era apropriado para a minha idade. Mas eu acredito que a confiança e o estilo não têm data de validade.”
Os aplausos encheram a sala, enquanto o filho e a nora se afundavam de vergonha. Edith sorriu, triunfante, com o seu batom vermelho a brilhar sob as luzes da sala.

Tinha mostrado a todos que a idade não define quem somos, e que ninguém pode ditar como devemos viver as nossas vidas.
Nas semanas que se seguiram, a relação com o filho e a nora mudou. Já não havia sarcasmo, e o filho acabou por pedir desculpa, admitindo que tinha exagerado.
Edith, por sua vez, continuou a usar o seu batom vermelho com orgulho, sabendo que não só recuperara o controlo da sua vida, mas também inspirara outros a fazer o mesmo.