Na paragem de autocarro, uma mulher idosa esperava em pé, apoiada na sua bengala, com uma mala de mão desgastada pendendo da outra mão.
Com um gemido mecânico, o autocarro chegou e as portas abriram-se. Enquanto a idosa coxeava em direção à entrada, os rostos vazios dos passageiros dentro do autocarro permaneciam alheios às dificuldades que a rodeavam.
É o que muitas vezes acontece quando cada um está imerso no seu próprio mundo. Nenhum dos passageiros se deu conta da frágil senhora que tentava entrar na lotada carruagem, presos que estavam na rotina das suas vidas diárias, continuando nos seus lugares. Ainda assim, a avó, determinada, persistia apesar da falta de ajuda.
Hesitante, aproximou-se do primeiro degrau, mas os passageiros indiferentes permaneceram nos lugares mais próximos da porta, sem ceder passagem à mulher idosa. Quando parecia que a insensibilidade dos passageiros poria fim à sua viagem, uma mudança dramática na atmosfera ocorreu.
O motorista do autocarro, dotado de um coração solidário e de um sentido de dever que ultrapassava a rotina do seu percurso diário, tomou uma decisão que mudaria o rumo dos acontecimentos. Não podia ficar indiferente.
“Meus amigos, peço a vossa compreensão, mas preciso que todos saiam por um momento”, disse o motorista. Os passageiros, embora relutantes, saíram do autocarro, formando um pequeno grupo curioso no passeio, entre murmúrios perplexos.
O condutor aproximou-se então da mulher idosa com um sorriso caloroso. “Venha, querida. Vou arranjar-lhe um lugar”, disse ele, estendendo a mão. A idosa aceitou o gesto com alívio e gratidão.
O motorista ajudou-a a subir e assegurou-se de que ela se sentava confortavelmente. Com um gesto de cabeça agradecido, o motorista fechou as portas, deixando para trás um grupo de pessoas que acabara de testemunhar um pequeno, mas significativo, gesto de bondade. Foi um lembrete do valor da empatia e da compaixão na vida quotidiana. Seja gentil!